FORTALEZA MINHA
Vida fortaleza minha;
na prainha ancorada,
dor que alucina, judia a mente...
céu aberto, sol ardente,
Vida minha! Peito choroso, machucado, vento leviano, barquinho frágil,
coração palpita, solidão, solidão da vida,
âncora enferrujada, sujada, remendada...
Vida minha! Barquinho frágil, cacos restaurados navega entre pedras,
águas frias, quentes, ferventes, sombrosas noites, violentas...
resmunga, abre a mente.
Mente destroçada, em águas cristalinas assisti aos seus reflexos.
Reflexos vivos, resgata barquinho inteiro dentro do navio guerreiro.
Percorre mares, oceanos, deslumbra a vida!
Achega na prainha, fortaleza minha!
Para trás, rastros do que passou, joga âncora,
prainha, prainha minha,
em grande ilha transformou.
Rosangela Moraes.